vinte e seis

de Novembro

de dois mil e onze.

***

a cidade perdeu o brilho. Os olhos fogem.

seis anos. Estranha forma de ser esta - conheço-me de novo para dar conta que sempre fui. Exactamente como neste momento, exactamente como desde sempre.

(convenhamos no entanto que o estado físico é outra história)

não me ocorreriam datas não fosse o tempo decorrido uma contagem decrescente para uma experiência à qual desconheço data ou circunstâncias. Uma verdadeira vertigem de corpo meio fora, insistente em se fazer perceber - e eu faço-me de burra.

observo passados uns anos, raridades de cores pouco abundantes - aquelas de olhos fugidios que jogam ao faz-de-conta, tentam confundir-me, intrusivos e deliciosos.

desaparecem ao dormir (caso o sonho não apele).

não confundir com o carácter purista de nariz empinado e problemas em ouvir um "não", são opções que não me são dadas a escolher. Opções na mesma!

e nos devaneios de sono a presença pede-me para sentir. Estou farta de sentir o que não devo.

afogo a respiração na almofada e reviro os olhos - mas nunca a almofada foi boa companhia para a paixão.

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