the chief

Ela caminhava determinada - passos largos e um pouco cambaleantes, à boa maneira de alguém que não gosta de ir do ponto A para o ponto B a pé.

Os pontos são para ser unidos da mesma forma descontraída dos corpos parados!
E ele passou. Ele, outro qualquer.
Ele como qualquer ele.
Ele que só passou mais nada.
Mas ela sentiu alguma coisa - tentou não pensar nisso...
"Ele sabe... ele vai saber... eu sinto que ele vai saber..."
Os olhos tinham-se cruzado mas havia algo para além disso...
"Oh porra, quem sou eu para não fazer isto?"
Deu meia volta, um pouco chateada e foi atrás dele de ar sério mas decidido.
Tocou-lhe no ombro, atrás.
Ele virou-se e embora surpreso, sorriu. "Olá...?"
Ela já rebolava os olhos, era só mais esta vez!
"Dá-me um segundo" - estava chateada? 
Enquanto aguentada o dedo indicador em frente ao nariz dele, a outra mão procurava alguma coisa na carteira, a imensidão de memórias físicas que gostava (mais ou menos) de carregar.
Abriu um pequeno espelho de bolso e abriu um compartimento que estava bem escondido.
Um pequeno papel - desdobrado, outra vez, outra vez.
Ela olha para o lado e segura a imagem do papel amarrotado em frente à cara dele, cara de frete (ou de quem já fez o mesmo milhares de vezes antes)

"Sabes o que isto é?" - quase gritou num amuo infantil
...

E ele respondeu bem. Ele sabia.

Sabia tudo, percebia, entendia. 
Ainda melhor - ele pensava que mais ninguém percebia!
.
.
Foi fácil, assim, encontrar amor.

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