blurred steps...

na inequívoca realização de que tenho de viver deparo-me com opções

a matriz da biologia que cria a história permite deslizar... deixar andar... acelerar...

desanimada ou nem por isso, a adrenalina sempre é uma opção vigente - a todo o momento.

e dando conta disso começo a entender melhor muito do que faço e digo...

mas e agora? neste preciso momento? já foi. fugaz. agora outro... e outro e outro.

nestes momentos todos - onde está a merda da adrenalina? seria possível enlouquecer por uns minutos apenas mas a descarga teria de ser forte.

a dicotomia da sociedade é vivermos em rede sem nunca nos cruzarmos com a linha do outro.

e se quisesse, mesmo, testar algumas das minhas ideas, teria - só aí - de aturar as consequências do julgamento alheio.

porque a mesquinhez é rainha - em caso de ajuda, está "indisponível", em caso de reportar comportamentos ditos "estranhos" - todo o mundo chega galera!!

bzzz bzzz bzzz - que está ela a fazer de roupa de dormir a apanhar chuva na rua?

quero fugir. quero ir para uma ilha deserta. posso apanhar a chuva como quiser, quando quiser.

isto realmente é bonito - a rede social criada para os supostos amparos e sucessivas peças de dominó que ora caem ora voltam a subir em rewind

mas no preciso instante em que uma pessoa necessita de fugir à realidade que é tão redutora e limitadora, todos os olhos, ouvidos, narizes e bocas aparecem - enormes, feios, como em cartoons de caricatura..

vejo-me parada no centro de uma rua - o ruído visual é quase tão mais forte que o sonoro. Bzz bzz, trimmm trimmm, vrrumm vrrummm.
e as linhas de luz, deixadas por sujeitos que apenas passam e passam só

a imagem esbatida de percursos que são ou não intencionais mas que me roçam no ombro

observar? perfeitamente.

se, nalgum momento, no meio dos trilhos luminosos, rastos de passos e exposições sobrepostas me atrever a gritar, o que acontece?

o que acontece a sério a sério?

...

já não sei

julgava saber

desses sujeitos, indivíduos cinzentos que roçam no ombro e deixam o trilho dos passos, julguei sempre conhecer suas intenções

se grito e não me grito de volta - indicação positiva

e se grito e o trilho desaparece por completo?

fico sozinha na rua?

desaparecem caminhos, volta atrás o desgaste da calçada, e eu avanço no tempo para o futuro vendo o mundo em rewind.

parada, sem trilhos. calada.

porque agora? agora tenho medo. não vou gritar. só preciso de adrenalina.

e ocorrem-me muitas formas solitárias de fazer a mente reagir a impulsos de agressão, estímulo necessário para entender que vivo.

só para deixar de dizer que existo...

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para mim hoje é um dia qualquer. não denominado como todos os outros. a semana não tem fim e nem sequer existe, é infinita na sua morte.

e esta semana... seja lá quando for que tenha começado ou acabado...

vou passar a contar só os meses. ou os anos. ou os momentos.

para já, atiro a agenda para o lixo - não quero registos desses

se calhar devia ouvir as ditas "músicas felizes". Estupidificar-me um pouco só me fazia bem mas já nem isso consigo fazer... olho para as páginas dos livros e passados 10 minutos dou conta que ainda não li além da primeira frase. estou a pensar. em quê?

nada. E quantas certezas há de que tal não é possível - juro que consigo não ser.
nada de ciúmes - é um bocado chato...
para isso mais valia morrer.

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... MENTIRA